segunda-feira, 30 de setembro de 2002

INFORMAÇÕES ÚTEIS QUE NÃO SERVEM PRA NADA!!!

1 - Se você gritar durante 8 anos, 7 meses e seis dias, produzirá energia sonora suficiente para esquentar uma xícara de café... (Acho que não vale a pena!)
2 - Se você soltar pum direto durante 6 anos e 9 meses, produzirá gás suficiente para criar a energia de uma bomba atômica... (Agora sim!)
3 - A pressão produzida pelo coração humano ao bater é suficiente para espirrar sangue a uma distância de 9 metros...
4 - O orgasmo de um porco dura 30 minutos!!! (Na próxima encarnação, quero ser um porco!)
5 - Bater com a cabeça contra a parede consome 150 calorias por hora... (Ainda não consegui esquecer aquele lance do porco!)
6 - Os humanos e os golfinhos são as únicas espécies que copulam por prazer... (É por isso que o Flipper está sempre sorrindo? E por que o porco não está incluído nessa lista?)
7 - A formiga consegue levantar 50 vezes o seu peso, puxar 30 vezes o seu peso e sempre cai para o lado direito quando intoxicada... (O governo pagou por essa pesquisa?).
8 - Os ursos polares são canhotos... (Quem descobriu isso? Quem liga?! Quem pagou pela pesquisa?)
9 - A pulga consegue pular a uma distância correspondente a 350 vezes o comprimento do seu corpo. É como se um ser humano pulasse a distância de um campo de futebol...
10 - A barata consegue sobreviver nove dias sem a cabeça antes de morrer de fome... (Arghhh!!!)
11 - O louva-a-deus macho não consegue copular com a cabeça presa ao corpo. A fêmea inicia o ritual de acasalamento arrancando fora a cabeça do macho... (Vamos voltar ao assunto do porco.... é mais interessante!)
12 - Alguns leões copulam mais de 50 vezes por dia... (Na próxima encarnação, eu continuo querendo ser um porco... Prefiro qualidade a quantidade!!! Mas, se não puder ser um porco, com certeza quero ser um leão!)
13 - O paladar das borboletas está nos pés... (Eu, hein?)
14 - Os elefantes são os únicos animais que não conseguem pular... (Onde está a novidade??)
15 - O olho de um avestruz é maior do que o seu cérebro... (Conheço algumas pessoas assim...)
16 - Estrelas do mar não tem cérebro... (Conheço algumas pessoas assim também!)
17 - E não se esqueça: se alguém encher o seu saco, você precisa usar 42 músculos da face para franzir a testa. Mas, só precisa de 4 para esticar o braço e dar um soco na cabeça desse imbecil! (Mas o porco hein...)


(enviado por T. Soares, como "forward" de Carlos Leone)

Boa notícia


Não há crise em Portugal nos carros de luxo


A crise passou ao lado dos carros de luxo. A prová-lo estão várias encomendas dos novos modelos do Salão Automóvel de Paris. Dois Mercedes Maybach, a 400 mil euros cada, vêm para Portugal, assim como cinco novos Bentley, ao preço unitário de 160 mil euros, além de outros.

(dn:negócios, pg1)


se for por bem, considere-se convidado/a

Convite




Sent: Monday, September 30, 2002 1:06 AM

Subject: Encontro com Xanana



Olá a todos.
Para quem reside em Portugal:
Encontro com S.E. o Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Xanana Gusmão com a comunidade timorense,é no dia 6 de Outubro, no Auditório da Faculdade de Psicologia, na Alameda da Universidade, às 16:30.
Um abraço,
Furak



sexta-feira, 27 de setembro de 2002

A República Democrática de Timor-Leste é o 191º membro da ONU



click para ver animação


É uma brincadeira, só pode


Children in East Timor learn Finnish from schoolbooks



Finnish is a neutral language; Portuguese, English and Bahasa Indonesian all relate to the colonial past


By Inkeri Koskela

Children in East Timor may soon surprise an unsuspecting Finnish traveller with short Finnish greetings and instructions, which they have picked up from their Finnish schoolbook, Opin Itse (I'm Learning).
Last year a Finnish publishing house provided East Timor with 220,000 copies of a schoolbook aimed at first and second graders. This is a fairly substantial order from a country with total population of just shy of 800,000. There's a book for every fourth East Timorese.

After the first year the feedback on the Finnish books has been good, report UN officials. Local teachers have been satisfied with the material they chose.
"We did offer to translate the books into some other language, but they insisted on having them in Finnish", reveals Managing Director Pentti Molander from the publishing house of Tammi.
The reason behind the unusual deal was the thorny language question facing East Timor. When the order for schoolbooks was placed, the official language for East Timor had not yet been chosen. As the area used to be a Portuguese colony, the older generation still speaks Portuguese. The generation that grew up during the Indonesian regime, on the other hand, speak primarily Bahasa Indonesian.
The original East Timorese language, Tetum, has a fairly primitive grammar and thanks to eight or nine different tribal dialects, even this language does not unite the population.
The language question surfaced when East Timor, together with the United Nations and the World Bank, started rebuilding the country's educational infrastructure. What would be the language of tutoring? Which language would be suitable for the schoolbooks?

As a result UNTAET (the United Nations Transitional Administration for East Timor) - the body established in October 1999 to administer the territory, exercise legislative and executive authority during the transition period, and support capacity building for self-government - launched a quest at the beginning of 2000 to find a suitable schoolbook series for the new nation.
For the task the World Bank hired Nigel Billany, the CEO of Opifer Ltd, an educational consulting agency within Tammi Publishers. Billany and the World Bank had previously worked together on other projects.
Opifer Ltd found globally around thirty different schoolbook series for newcomers and sent them to East Timor for evaluation. The evaluation team, which consisted of local teachers, finally came down in favour of the Finnish book series.
"The fact that they wanted the books in a politically neutral language definitely contributed to the selection outcome. Portuguese, Bahasa Indonesian, English, and French are all associated with colonialism", Billany explains.
The best asset of the Finnish Opin Itse books is its illustrations. Furthermore, there isn't that much text to the books. The teacher can pretty much decide on the actual language of instruction.
According to Pentti Molander, the total cost of the package was around EUR 85,000 from which the publishers collected a measly EUR 3,300 in profits. The World Bank financed the entire purchase.

Opin Itse books are basically throwaway books. The exercises are completed on the book's pages, which means the same books cannot be used year after year. Billany therefore suspects there will soon be a need for more books.
New books have not yet been ordered and the Finns have not made an offer either. "We have to take it easy. The first year in East Timor has been pretty torn and tattered to say the very least. In virtually everything, the East Timorese have had to start from scratch", Billany explains.
On leaving, the Indonesians demolished three-quarters of the country's infrastructure. Schools and books were burned, and teachers were chased to refugee camps.
The bulk of the country's statistics were also destroyed. Even now, no one knows exactly how many children should start school each year.

Helsingin Sanomat / First published in print 10.9.2002

Ver o original em http://www.helsinki-hs.net/news.asp?id=20020917IE15


----- Original Message -----

From: "Sereia Enigmatica"

To: timor@netcabo.pt

Sent: Friday, September 27, 2002 7:54 PM

Subject: finlandes no Timor



Oi,

Eu fui a informante da notítica sobre o Finlandês em Timor. Por favor, se der para atribuir o crédito,
Enigmatic Mermaid
http://pombostrans.blogspot.com O permalink para o posting é http://pombostrans.blogspot.com/2002_09_22_pombostrans_archive.html#85487852
Super obrigada e por favor avisem se tiverem confirmação ou negação da notícia. Estamos intrigadíssimos!
Abrs cordiais,
ME


(a informação inicial foi prestada por esta visitante através de Live Chat)

quinta-feira, 26 de setembro de 2002

terça-feira, 24 de setembro de 2002


e-groups



Acho que existe na www uma tremenda inflacção daquilo a que se chama "grupos de discussão" sobre Timor. Um ou dois, de cariz generalista, seriam mais do que suficientes, caso reunissem toda a gente interessada; em alternativa, talvez uns quantos mais especializados, por sectores: Cultura, Educação, Política, etc. As coisas como estão, neste particular, implicam apenas uma grande "trabalhêra" para os participantes, que andam a saltitar de grupo em grupo, como as borboletinhas de flor em flor. Não existe nisto qualquer vantagem, prática ou de que forma for, apenas contribuindo para a desmotivação das pobres borboletas.

Mas enfim, as coisas são como são, lá diria Sancho Pança.

Tecnicamente, ao menos, vislumbra-se o fim da execrável Yahoogroups porque, de facto, a MSN é muito mais evoluída. Dois dos mais recentes grupos poderão vir a ter interesse:

Revisitando Timor: especialmente para quem já esteve na ilha, este grupo reune fotos antigas e actuais, e-books, documentação vária.

Timor Leste: genérico, mas recente. Pode ser que venha a concentrar, ou a absorver, muitos dos outros.

23-09-2002 18:02:00 GMT 12:02:00 Hora local. Notícia 4139385

Situação em Timor-Leste é "pior do que antes da independência"



O bispo timorense D. Ximenes Belo apelou aos portugueses para que apoiem mais Timor-Leste, onde a população vive com falta de dinheiro, trabalho e ensino, numa situação "pior do que antes da independência".
O prelado timorense falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, Jorge Sampaio, no palácio de Belém, em Lisboa, com quem se encontrou para uma "visita de cortesia", mas a situação de Timor-Leste acabou por ser abordada durante quase uma hora.

O bispo de Dili enumerou problemas de falta de segurança, de falta de trabalho, a crise na agricultura, por causa da peste nos coqueiros, em Baucau, e a necessidade de intensificar o ensino do português.

"Lutámos 24 anos pela independência. Mas que tipo de independência é esta? Nós estamos agora pior do que antes", é a queixa mais frequente que o bispo tem ouvido do povo timorense, desde Maio, quando o território se tornou uma nação de pleno direito.

Lusa

sábado, 21 de setembro de 2002




Teses


Já não é a primeira vez. Ou pelo apetecível (?) do tema ou por outra qualquer e misteriosa razão, de vez em quando aparece alguém no Sítio pedindo elementos para uma "tese" ou para um "estudo" que está a fazer sobre assuntos timorenses; regra geral, os elementos pedidos são coisas muito simples e questões que se respondem em meia-dúzia de palavras, género como vivem os timorenses ou de que modo influencia a Igreja Católica a tradição local; por pouco não nos perguntam qual o significado da vida, que minerais existem no solo da Ilha do Crocodilo, exactamente a 525 metros de profundidade, ou, mais prosaicamente, por exemplo, como se processa uma relação sexual no mundo dos sáurios em geral.
Analisado o pedido de "elementos", o passo seguinte é reencaminhar a mensagem para alguém com maior e mais adequado conhecimento de causa; da causa em questão, evidentemente. Isto implica incomodar as pessoas e, para estas, quando manifestam vontade de corresponder, trabalho, compromissos, reuniões, investigação.
É inadmissível, para não dizer indecente, que os interessados - para além de nem sequer agradecerem - pura e simplesmente ignorem compromissos (marcações, reuniões), não respondam a mensagens e, ainda por cima, se comportem como se estivessem a fazer um grande favor. Chamando os bois pelo nome, é nojento que se persista em abordar as questões timorenses por pura jactância, porque fica bem nos currícula, para armar aos cucos, enfim.
O que acontece sistematicamente (ver o último caso ilustrativo na correspondência de 20 de Setembro) é que as pessoas interessadas se... desinteressam (!) assim que se marca uma reunião ou alguma coisa que lhes dê, a essas pessoas (as interessadas!), um módico de trabalho. Não. Querem a papinha toda feita e entregue à porta de casa, ainda quentinha. Não se ralam. Depois de obtidos os tais "elementos", desaparecem imediatamente e nunca mais dizem água-vai. Um desses casos está nos primórdios do fórum (18.09.01 e seguintes).
Para que isto não volte a acontecer, declaro aqui e desde já que mensagens de teor semelhante passarão, a partir de agora, a ser pura e simplesmente respondidas com um seco "não temos tempo para fazer o seu trabalho", ou fórmula semelhante.
Para toda gente que se dedica às questões timorenses, é um insulto o menosprezo e a frivolidade com que o seu trabalho é encarado.
Para mim, pessoalmente e falando com absoluta limpidez, detesto parasitas; e mais ainda os de toga.

segunda-feira, 16 de setembro de 2002

Últimas



Anúncio: Farmacêutico para Timor-Leste

Publicado no Diário de Notícias de 14.09.02, a Crown Agents recruta um farmacêutico de Língua portuguesa para trabalhar em Timor-Leste. Requisitos: licenciatura em Farmácia, 5 anos de experiência, fluência de Inglês. Enviar CV e carta (em Inglês), até ao próximo dia 25.09.02, para

TRpharmacy@crownagents.co.uk




Notícia: Timor mantém medidas de segurança

Diário de Notícias, 15.09.02: As rigorosas medidas de segurança que, desde quarta-feira rodeiam amissão da ONU em Timor-Leste e as embaixadas australiana e americana mantêm-se, temendo-se atentados terroristas. As medidas foram anunciadas pelo Ministério da Defesa australiano, que impôs alerta máximo às forças australianas ainda em Timor.
«Temos informações credíveis de que há um grupo no sudoeste asiático que poderá realizar actos terroristas em Timor, com carros armadilhados», explicou um responsável militar.




Notícia: Lisboa cede instalações a Timor-Leste

Diário de Notícias, 16.09.02: O ministro dos Negócios Estrangeiros vai entregar hoje, em Nova Iorque, as instalações destinadas à representação de Timor-Leste, que funcionará no interior da Missão Permanente de Portugal.
Fonte oficial do MNE disse à Lusa que Martins da Cruz entregará as instalações - concretizando um pedido de Díli - ao futuro representante de Timor-Leste na ONU, Francisco Guterres.
(...)




click no logotipo para ver todas as notícias da Lusa sobre Timor
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sábado, 14 de setembro de 2002

Filatelia





Belíssima colecção de selos de Timor. Click na figura para ver a colecção completa.
Se lhe for pedido, a "password" é timor.
(trabalho de Henrique Braga)

quarta-feira, 11 de setembro de 2002

11 Setembro 2001



click na bandeira para ver imagens do 11 de Setembro


terça-feira, 10 de setembro de 2002

Timor e Os EUA


Por NUNO PACHECO
Sexta-feira, 6 de Setembro de 2002

Um pequeno e pobre país a quem negam justiça vê-se compelido a garantir imunidade aos soldados da maior potência mundial. Visto assim, parece anedótico. Mas é pior: é imoral

A poucos dias da tomada de posse de Sérgio Vieira de Mello como Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, as posições por ele expressas (em entrevista à revista "Visão") face aos julgamentos que têm decorrido em Jacarta, bem como a opinião ontem defendida nas páginas do PÚBLICO por Ian Martin (antigo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a consulta popular em Timor Leste em 1999), obrigam a uma reflexão geral sobre o tema. Vieira de Mello diz que "o resultado dos primeiros julgamentos foi decepcionante" e Ian Martin vai mais longe, afirmando que os julgamentos dos acusados pelo terror em Timor-Leste "não só faltaram à justiça como viraram a verdade do avesso" e que, por isso, "a intervenção de um tribunal internacional poderá ser agora a melhor probabilidade de obter a evidência do envolvimento dos militares indonésios no comando que estava por detrás desta violência."
Quem se recorda do que sucedeu em Timor-Leste em 1999 saberá que o martírio de milhares de pessoas poderia ter sido poupado caso a Indonésia não tivesse promovido e liderado directamente a pretensamente indignada "rebelião" das milícias contra os resultados do referendo. Com diz Ian Martin no seu artigo, investigações conduzidas em separado pela comissão da ONU e pela própria comissão dos direitos humanos da Indonésia "não deixaram dúvidas quanto à responsabilidade dos militares indonésios nos crimes contra a humanidade." No entanto, das sentenças proferidas até agora pelo tribunal, apenas foi condenado o ex-governador do território Abílio Osório Soares - para quem, curiosamente, Xanana Gusmão tinha pedido clemência em nome da reconciliação nacional. Os restantes réus, oficiais superiores do Exército e da Polícia indonésia, foram absolvidos. Estes veredictos do Tribunal dos Direitos Humanos de Jacarta geraram já vários protestos, nomeadamente da presidência da União Europeia, que manifestou preocupação pelo facto de os "processos não estarem a ter em conta a real dimensão da violência ocorrida em Timor Leste em 1999".
Quem ainda não disse uma palavra relevante sobre o caso foram os Estados Unidos. Os mesmos Estados Unidos que agora conseguiram que Timor-Leste fosse o primeiro país a subjugar-se ao seu ultimato sobre o Tribunal Penal Internacional (TPI), mas que em 1999 não mandaram um único soldado para a força de paz enviada para Timor. Deste modo, um pequeno e pobre país a quem negam justiça vê-se compelido a servir de "exemplo" aos outros, garantindo imunidade aos soldados da maior potência mundial. Visto assim, parece anedótico. Mas é pior: é imoral . E perigoso. Porque na sua ânsia de obterem imunidade onde não se vislumbra que algum dia sejam apontados ou sequer procurados por crimes contra a humanidade, os Estados Unidos dão um péssimo exemplo que pode ser seguido a rigor por múltiplos tiranos. E o pior é que o fazem em nome da democracia. Esquecendo-se de dizer que é apenas da sua.

in Jornal Público, 06.09.02, pág. 6

Ver "blog" anterior sobre este assunto



domingo, 8 de setembro de 2002





O elo (link) perdido


Falta imperdoável que deixa de o ser, já, agora. Mais vale tarde do que nunca e etc. e tal.
Da autoria de José Vilhena, com a devida vénia, o editorial do último número da revista O Moralista:






quinta-feira, 5 de setembro de 2002






Ontem, às 18:00 h, foi exibido no Cinema S.Jorge pela última vez a película sub-intitulada O massacre que o mundo não viu.
Se na apresentação de anteontem a presença da actriz brasileira Lucélia Santos atraiu mais de 600 pessoas e a sala principal quase encheu, desta vez a coisa foi despromovida à dimensão de qualquer Cine-clube: passou para a Sala 2, com uma lotação de talvez 200 lugares. Nesta segunda e última projecção compareceram cerca de 30 pessoas.
No final, ainda foram servidas umas latinhas de Guaraná. Provavelmente sobras do dia anterior.
Está explicado o sub-título: agora compreende-se quem não viu o quê. E porquê.

quarta-feira, 4 de setembro de 2002

Massacre VIP


Crónica de Timor-O Filme no S. Jorge




Desculpe, tem convite?
À cautela, cheguei com bastante antecedência e fui direito à bilheteira, para confirmar o que me tinham dito. Perguntei à menina como era "aquilo de Timor"; só por convite, disse ela; ah, mas olhe que, e que, digo eu; então é melhor falar com alguém da embaixada, no 1º andar; há-de lá estar alguém, diz ela.
No primeiro andar, que é onde há o bar e a varanda, perguntei pela tal pessoa a um porteiro mais "tiu"; não sabia bem, mas pensava que era aquela senhora ali, a do cabelo apanhado; como não vi a do cabelo apanhado, falei com uma outra senhora que prometeu ir investigar se era ou não só com convites; uns minutos depois apareceu, de facto, de microfone em punho, mas não era para me entrevistar coisa nenhuma, sei lá, se calhar não tinha onde poisar o aparelho, e isso agora não interessa nada. Onde é que eu ia? Ah, pois, ia finalmente falar com a responsável pelo sector cultural da embaixada brasileira, a Srª D.Heyvaert.
Muito simpática e solícita, mostrou-se estupefacta com o que lhe transmiti: na embaixada disseram isso?, é mesmo?, e falou com quem, hem?



click na figura para acesso ao site do filme
Massacre por convite


Fiquei sem perceber se ela me estava a dizer aquilo apenas a mim, para me ver pelas costas rapidamente. É que eu até estava com um aspecto bastante pindérico, no meio daquela nata toda; reconheço e muito me penalizo, porque até gosto de vestir uma farpela mais formalzita, de vez em quando; mas, com esta história da "entrada livre" e sendo o tema do filme o que é, não me parece de muito bom gosto uma pessoa vestir-se de festa quando vai assistir a mutilações, tiros, tortura, miséria. Mas compreendo e reconheço que o meu casaco de cabedal e as minhas calças de ganga têm um aspecto mais do que suspeito. É naturalíssimo que aquela gente de bem se sentisse ameaçada com a minha muito mal vestida presença.
E lá me perdi outra vez em divagações. Dizia então que a senhora brasileira não estava a perceber nada, ou assustou-se com o meu nariz, sei lá, como dizia Marcial "displiquit nasus tuus", quando aparece a outra senhora, a do microfone, outra vez, e salva a situação; acompanhei-a à porta da sala de projecção e fui testemunha de que ela instruiu os porteiros para deixarem entrar quem quisesse ver o filme. Com ou sem convite. Uf! Haja fé.


Lights on
Finalmente, com apenas meia hora de atraso, lá se projectou a película. A sala estava muito composta, não apenas porque foram largamente excedidos os 50% previstos mas também pelo número e qualidade dos convidados presentes.



Eu, que não fui convidado, sentei-me num lugar nobre (para aí o J7), cercado por todos os lados por Armani, Gucci, Valentino; é certo que também não faltavam umas imitaçõezitas, género Nike da Feira de Carcavelos, mas a maioria era produto genuíno. Até a Lili Caneças lá estava, coitada, algures. Na cadeira ao lado da minha estava um fulano de barbas, muito digno, que imediatamente se encolheu todo para o lado contrário; palpita-me que as correrias escada acima escada abaixo me terão conferido algum desagradável odor corporal, iach, por isso é compreensível que o tal cavalheiro tenha achado algum incómodo na minha vizinhança; por pouco o homem não se sentava ao colo da parceira que lhe ficou à direita. Isto para mim até que não foi mau, porque fiquei com imenso espaço, de ambos os lados, dava para me estender e bater uma sorna, se quisesse.
Antes do filme propriamente dito, falou a representante da Câmara Municipal de Lisboa (era ela a tal, a do microfone, que fica assim explicado), o Sr. Embaixador ("a independência de Timor é um paradigma da condição humana no século XXI") e, por fim, a autora do documentário. Após os agradecimentos da praxe...

...lights out
Não sou crítico de cinema, e, de resto, não se trata aqui de uma obra de ficção mas de um documentário, algo que tem os seus requisitos em termos de rigor. Mesmo às escuras, lá fui tomando umas notas, mas a coisa merece um estudo mais aprofundado. Como exemplo de alguma "leveza" expositiva, cito "...aldeias como Ermera e.." (a outra não me lembro), mas Ermera não é uma aldeia, é capital de distrito. Com tempo, e se alguém me enviar ou conseguir arranjar o vídeo com a peça, hei-de tentar listar as muitas imprecisões que me parece ter ouvido.


click na imagem para acesso ao site do filme


Após 75 minutos, concluída a função, a autora foi muito aplaudida e, ao contrário do que me disseram da Embaixada (a coisa ameaça tornar-se um hábito), seguiu-se um beberete, também comerete, umas bolinhas brancas - pão-de-queijo, ao que me disseram - e umas latinhas de Guaraná. Para empurrar as bolinhas, imagino..


É mesmo do Guaraná
Se isto aqui fosse a Holla, longe vá o agoiro, diria que estava muita gente bonita, os já citados Embaixador e Adida Cultural (?) do Brasil, a representante da CML, colunáveis aos pontapés, salvo seja, peço desculpa por não ser da Holla, "prontos, sei lá", estava imeeensa gente, mas não me ocorrem nomes.
Também encontrei algumas pessoas conhecidas, membros da APLS. Não os contei, mas deviam estar uns 20 ou 30 timorenses.


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Notícia do Correio da Manhã de hoje sobre este evento

imagens de http://timor-ofilme.com

terça-feira, 3 de setembro de 2002

Não é por convites


Timor - O Filme no S.Jorge, em Lisboa


Finalmente, informações a sério.
Da Embaixada do Brasil:

  • Por determinação da Responsável pelo Sector Cultural da Embaixada do Brasil em Portugal, Isabel Cristina Heyvaert, a sessão de hoje, dia 3, às 21:30, é de entrada absolutamente livre. Ficam assim anulados todos os convites.

  • Esta decisão foi tomada por manifesta vontade da autora do filme, Lucélia Santos.

  • A lotação da sala é de 860 lugares. As previsões da Embaixada são para uma lotação de 50%.

  • Ao contrário do que (erradamente, portanto) informa o Cinema S.Jorge, apenas serão efectuadas DUAS PROJECÇÕES do filme, a de hoje (21:30 h) e a de amanhã (18:00 h).



segunda-feira, 2 de setembro de 2002


click na imagem para acesso ao site do filme

Timor - O Filme, realizado pela actriz brasileira Lucélia Santos, que toda a gente conhece em Portugal da telenovela A Escrava Isaura, vai ser exibido no Cinema S.Jorge, em Lisboa, nos próximos dias 3 e 4 de Setembro. As entradas são por convite! Como se pode obter um destes preciosos ingressos, quais são os critérios para a sua atribuição, ora aí estão dois mistérios que investigarei ainda hoje, de lupa e cachimbo em punho.

De caminho, tentarei indagar porque terá isto chegado ao conhecimento do comum dos mortais tão tarde, e deste mortal em particular apenas na madrugada de hoje.

Veja a programação daquele Cinema aqui.


Stay tuned for another cartoon!


Actualização às 17:40

Da bilheteira do Cinema S. Jorge informam:
As projecções do filme decorrem de hoje, dia 2 - 2ª Feira, até ao próximo Domingo, 8; são duas sessões diárias, às 18:00 e às 21:30. A entrada é livre.
Existirá apenas uma sessão com entrada reservada a convidados, amanhã, 3ª Feira 3. Nesta sessão estará presente a actriz/realizadora Lucélia Santos.
Algumas pessoas têm telefonado para o S.Jorge (Av. da Liberdade, nº 175, Bilheteiras: 21 310 34 00 / 01 das 14:00 às 22h00) perguntando como podem arranjar convites, mas a funcionária não sabe.


Contactada repetidas vezes a Embaixada do Brasil (217248510), ninguém atende. Há uma gravação e depois marca-se o "4" (serviços culturais), mas nada.



Estatísticas


As boas contas fazem os bons amigos, lá diz o ditado.
Como o Sítio de Timor não é um organismo do Estado, nem uma Empresa Pública (ou privada, de resto), publicam-se agora os números oficiais do ano "civil" 2001/2002 (Agosto a Agosto). Estão na página de correspondência, mas basta um click aqui.