Cooperação
Dinheiro português 'inútil' em Timor-Leste
eduardo mascarenhas *
O Governo de Timor-Leste não gastou com a componente naval das suas forças militares (FDTL) um único cêntimo dos 2,9 milhões de euros que Portugal lhe entregou em 2002 para aquela finalidade. Hoje, as duas lanchas de fiscalização, oferecidas também por Portugal a Timor-Leste, em 12 de Janeiro do mesmo ano, correm o risco de se afundarem devido à falta de manutenção e aos estragos provocados pelo sismo do passado dia 12.
As embarcações encontram-se fundeadas no porto de Hera, a sete quilómetros de Díli. A Oecussi, que está parada há já alguns meses por falta de motores, foi abalroada pela Ataúro, a única que ainda navega com meios próprios, depois de esta ter sido por sua vez abalroada por uma draga que se soltou devido à súbita formação de marés fortes, resultantes do sismo do passado dia 12. Como consequência deste embate da draga na Ataúro, a lancha sofreu um rombo do lado direito da popa.
Em entrevista à Lusa, o comandante das FDTL, general Taur Matan Ruak, disse que, no que diz respeito às duas lanchas, existem unicamente duas alternativas. «Ou há capacidade para mantermos as lanchas ou elas vão para o fundo do mar», concluiu.
A situação está a provocar mal-estar no meio castrense timorense, que não entende a razão por que - existindo verbas para garantir, entre outros aspectos, a manutenção dos dois navios - estes continuam parados. * Com Lusa
in DN de hoje