sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Cartoons...

"Por vezes, apenas nos resta rir... para não chorar. Esta é a visão de um
malai sobre a situasaun em Timor Leste, e no mundo, através dos seus
desenhos, cartoons e algumas palavras..."

Convidam-se V. Exªs a visitar http://timorcartoon.blogspot.com

Recebido por e-mail

AGRADEÇO DIVULGAÇÃO

Seminário sobre Timor-Leste
24 de Novembro de 2006
14-18 h. Universidade Fernando Pessoa
21.30 h. Teatro Rivoli - Foyer - Apresentação dos Livros
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1. MESA REDONDA (14.00- 17.00) - Salão Nobre

Timor-Leste na encruzilhada das globalizações

Processos Pós-Coloniais ou Nova Guerra Fria?

Paulo Castro Seixas, Univ. Fernando Pessoa
Daniel Shroeder Simião, Univ. Federal de Minas Gerais
Aone Engelenhoven, Leiden University
Moisés Silva Fernandes, ICS, Univ. Lisboa

A mesa redonda discutirá a crise de 2006, os relatórios do International Crisis Institute e das Nações Unidas e 2007 como ano de todas as eleições segundo a principal problemática que se colocou ao longo desta crise: se a crise deverá ser mais compreendida à luz de processos criados pelo Contexto Pós-Colonial Timorense ou mais por um contexto global de uma nova Guerra Fria entre a China e os Estados Unidos?

2. APRESENTAÇÃO DOS PROJECTOS SOBRE TIMOR-LESTE PROPOSTOS PELA UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA À FCT (17.00-17.30)

INTERVALO (17.30 - 18.00 h)

3. APRESENTAÇÃO dos LIVROS (18 h.):

Paulo Castro Seixas e Aone Engelenhoven (ORGs)
Diversidade Cultural e Construção da Nação e do Estado em Timor-Leste,
Porto, Ed. Univ. Fernando Pessoa (apoio à edição do IPAD e da FCT)

Paulo Castro Seixas
Timor-Leste: Viagens, Transições, Mediações,
Porto, Ed. Univ. Fernando Pessoa (Apoio à edição do IPAD)

4. APRESENTAÇÃO dos LIVROS (21.30 h.):

Teatro Rivoli - Foyer - 3º Andar



Paulo Castro Seixas
Prof. Associado
Universidade Fernando Pessoa
Vice-Presidente dos MdM-P

telm.: 933192668

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Enviado por https://webmail.ufp.pt

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Convite

----- Original Message -----
Sent: Tuesday, August 22, 2006 10:05 AM
Subject:Site Timor

 

 

Boa noite Prof. João Graça,

 

Tive oportunidade de escrever para o site algumas vezes em 2001 e, posteriormente, responder a algumas solicitações suas quando visitou Timor pela Independência em 2002. Estive em TL entre 2001 e 2004 como responsável pelo Empreendimento "Vasco da Gama" e a minha passagem por Timor continua a ser uma fase de enorme fascinio na minha vida. O meu coração continua em TL e decidi partilhar as minhas recordações com outras pessoas que tambem estiveram naquele país desde 1999. Assim, em Maio deste ano, organizei o I Encontro dos Amigos de Timor Leste, num Hotel em Peniche. Foi optimo rever pessoas, conversar e conviver por Timor. No próximo mês de Outubro terá lugar o II Encontro, desta vez nas Termas de Monchique, Algarve, sob direcção do Tiago Barata, ex-director do Hotel Timor. Deste modo, solicito gentilmente que possa publicar este convite dirigido a todos os quantos possam poder participar neste Encontro.

Muito obrigado.

 

Atentamente,

César Morais

961 308 509

cmorais@galeriadasflores.com

terça-feira, 27 de junho de 2006

Pax Timor

A Pax Christi Portugal, organiza na próxima

5ª feira, dia 29, às 21h 30

Igreja de Stª Isabel,

uma Vigília de Oração pela Paz e Reconciliação entre timorenses.

Esta celebração/oração será presidida pelo D. Januário Torgal Ferreira (Presidente da Pax Christi Portugal).

Todos estamos convidados a participar e em sinal de solidariedade com os timorenses,

vestimo-nos de branco.

sábado, 27 de maio de 2006

Chusma de mercenários e parasitas

José Mattoso não burila termos quando apresenta a situação que se lhe deparou em Timor: "ir ao território", referiu ele na comunicação de despedida, "não é só visitar o cenário de uma interminável história de crueldade". Para o historiador, "é também assistir ao espectáculo, muito mais disfarçado, do monstruoso negócio internacional montado com justificações pseudo-altruístas para desviar, em favor de uma chusma de mercenários vindos de países ricos e pobres, a torrente de dinheiro criada pela chamada ajuda internacional". Segundo ele, "neste ponto a ONU e uma grande parte das ONGs entendem-se às mil maravilhas. Os especialistas da burocracia internacional criaram uma máquina perfeita em tudo menos na efectiva ajuda e que ainda por cima se tornou verdadeiramente indispensável". A sua amargura aumenta quando "ingenuamente se pensa reforçar a ajuda humanitária por meio de contribuições generosas" e se está, porventura, "apenas a sustentar os piores parasitas de todos, aqueles que vivem do sofrimento alheio".

José Mattoso, in jornal Público, 20.12.01

Página de opinião do sítio


As minas de opinião
Perguntava-me há dias uma amiga, portuguesa, do alto da sua inocência:
_ Mas afinal, quais são ao certo as riquezas de Timor? O que é que lá existe?

Tentemos responder, calma e pacientemente. Pois. Além do petróleo, dos diamantes que ainda não apareceram, do ouro que parece que é pouco? Além do turismo que ainda não existe, e das pérolas, e dos cocos, e do sisal, e do sândalo, e do café? Sem falar dos recursos marinhos, e coisas assim?
Bem, a principal riqueza de Timor-Leste, o seu mais espantoso recurso natural, a sua mais profunda mina, cara amiga, é a conversa. O tema, o paleio, o blábláblá. Eis, em suma, aquilo que mais rende, não propriamente aos timorenses ou a Timor, mas à imensa, variada, heterogénea chusma de "analistas" que se arrogam o direito de falar e de escrever sobre o assunto, a chamada "questão timorense".
Falar sobre Timor é o mais inesgotável recurso daquela meia ilha, algures no Pacífico. Fascínio, cara amiga. Na razão directa do sangue que escorre pelas ruas, e na inversa da paz política local. Digamos que o chorrilho de opiniões, a torrente de considerações, filtrada com areia em pratos rombos, o número de garimpeiros da verdade, enfim, depende essencialmente de um único factor: a cor daquele rio, novo El Dorado dos europeus bem-pensantes. Quanto mais vermelha e espessa é a água que corre, maior a probabilidade de se acharem pepitas lógicas, pérolas de clarividência, gemas de verdade absoluta.
Água vermelha, minha amiga. Pedras preciosas. Vermelhas de sangue. As minas de Salomão que existem em Timor, exploradas à distância, garimpadas por telepatia, constituem a mais inesgotável riqueza daquele insignificante paraíso.

terça-feira, 23 de maio de 2006

A Galp não conseguiu ganhar os dois blocos petrolíferos no mar de Timor. Curiosamente, quem ganhou foram os italianos da ENI, que são accionistas de referência da petrolífera portuguesa.

A Galp concorreu através de um outro consórcio, liderado pela Petronas, da Malásia, e onde estava também a brasileira Petro-Brás. Ao todo, o Governo de Timor abriu 11 leilões para blocos petrolíferos.

A Galp só concorreu a dois, mas perdeu. A ENI é para já a grande vencedora, porque se mostrou disposta a pagar mais contrapartidas à economia timorense
TVI


Díli - A petrolífera portuguesa Galp Energia perdeu a exploração petrolífera no Mar de Timor para a italiana ENI, sua accionista, de acordo com um comunicado sobre os vencedores do primeiro concurso internacional divulgado esta segunda-feira pelo gabinete do primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri.

A ENI e a indiana Reliance Industries são as companhias que Timor-Leste considerou como aquelas que reúnem as «melhores condições e vantagens» para o país, lê-se em nota enviada ao Jornal Digital. A italiana ganhou o direito a explorar cinco blocos e a Reliance Industries apenas um.

O relatório final da comissão de avaliação das propostas do concurso público para futuro exploração petrolífera das áreas de contrato «offshore» de Timor-Leste foi hoje ratificado por Mari Alkatiri, que também é ministro dos Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética.

«O processo de avaliação destinava-se a apurar quais as ofertas que reuniam melhores condições e vantagens para cada área de contrato», é referido no documento.
(...)
Jornal Digital


A petrolífera portuguesa integrava um consórcio, juntamente com a Petronas e a Petrobras, candidato à exploração em dois dos seis blocos 'off-shore' no Mar de Timor.

Os vencedores deste primeiro concurso internacional de exploração petrolífera em Timor-Leste foram a italiana ENI, que ganhou o direito a explorar cinco blocos, e a indiana Reliance Industries.

A escolha foi feita com base nas melhores condições e vantagens para Timor-Leste. No caso do bloco C, a que o consórcio da Galp concorreu, o retorno oferecido a Timor-Leste era apenas de um milhão de dólares enquanto a ENI ofereceu quase cinco vezes mais.

Até dia 20 de Junho, as empresas vencedoras terão de celebrar um contrato de partilha de exploração com o Ministério dos Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética.

O Estado timorense já arrecadou, apenas na fase de concurso, cerca de dois milhões de euros devido às taxas de inscrição e ao levantamento de cadernos de encargos.
SIC





Gap Timor

Mesmo não percebendo nada de economia, e ainda que esteja comodamente sentado, em Portugal, e (já) não dando o corpo ao manifesto em Timor, gostaria de colocar aqui algumas questões a respeito deste assunto.

Em primeiro lugar, seria interessante saber o que significa, ao certo, a expressão "pagar mais contrapartidas à economia timorense". A ENI, vencedora do concurso internacional de exploração dos blocos petrolíferos no mar de Timor, ofereceu cinco milhões de dólares e vai pagar cinco milhões de dólares, ou apenas ofereceu cinco milhões de dólares?

Seguidamente, e não conhecendo as respostas nem a uma nem a outra daquelas coisas, duas novas questões se levantam: é ou não é o Estado português accionista da Galp? É ou não é Portugal um dos chamados países doadores de Timor?

Já agora, e a propósito, qual é a comparticipação da Itália no esforço de reconstrução de Timor-Leste, nos planos económico, militar, social, diplomático, educacional, cultural ou qualquer outro?

Portugal não deve, nem pode, evidentemente, passar de país doador a país cobrador das doações que faz. E não é isso que está sequer em causa, como se vê, até porque o governo português não reagiu e muito provavelmente não reagirá a esta intrigante decisão de Díli. Não, de facto a questão não é essa; é outra.

É uma questão terminológica, semântica e, por arrastamento, linguística, para não dizer política: se realmente "a escolha foi feita com base nas melhores condições e vantagens para Timor-Leste", no futuro, em abstracto e numa base promissória, importará saber se o apoio português a Timor-Leste, no passado e no presente, em concreto e com bases sólidas, fará a partir de agora algum sentido.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Notícias de Timor...
...em Português (Jornal de Notícias Maubere) e em Tétum (Jornal Liafoun Maubere).


E para aprender alguma coisa de Tétum, pode ser também no mesmo site, da autoria de Lelobere (José Pereira).

quarta-feira, 29 de março de 2006

----- Original Message -----
Sent: Wednesday, March 29, 2006 12:18 AM
Subject: [ajudar-timor] Finalmente uma Wikipédia em língua tétum!

Na sequência do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde Novembro do ano passado, finalmente foi criada uma Wikipédia em língua tétum!

 

 

Apesar do reduzido número de artigos em tétum da versão-piloto, os "developers" (os técnicos de informática que gerem o sistema da Wikimedia Foundation) decidiram criar, desde já, esta nova Wikipédia.

 

Ou seja, agora é a sério. Já não se trata de uma versão de teste! Pelo que é de esperar um grande empenho de todos na criação de novos artigos em tétum.

 

Peço a todos que divulguem este iniciativa, principalmente junto dos timorenses, em Timor-Leste, em Portugal, na Austrália, na Indonésia ou onde quer que seja. E que todos ajudem nesta empreitada! Sim, porque esta enciclopédia livre é, acima de tudo, dos timorenses e para os timorenses. Eu fui apenas um português que ajudou a lançar esta iniciativa e que nunca poderei ter um envolvimento muito activo, pela simples razão de que não domino a língua tétum.

 

Um abraço a todos!

 

Manuel de Sousa
Porto, Portugal


Last Updated 01/04/2006 11:07:55 AM

EAST TIMOR: Portuguese causes cancer


The adoption of Portuguese as East Timor's national language has long been unpopular among the majority of people, who speak Indonesian or the local Tetun dialect as their first language. However, it has now resulted in the unnecessary deaths of thousands of people in the fledgling nation from easily treatable diseases, because the government denies medical treatment to people who cannot speak Portuguese.

Listen (emissão em directo)

http://www.abc.net.au/ra/asiapac/

sexta-feira, 17 de março de 2006

09-03-2006 15:08:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-7805647

Díli, 09 Mar (Lusa) - Um grupo de professores portugueses colocados em Timor-Leste contestou hoje as afirmações de Santana Castilho, consultor do Banco Mundial, segundo o qual aqueles não estão preparados para ensinarem a língua portuguesa como idioma estrangeiro.
As afirmações de Santana Castilho foram feitas numa entrevista à agência Lusa, no passado dia 01, e na ocasião aquele professor universitário contestou a estratégia seguida no apoio à reintrodução da língua portuguesa em Timor-Leste, classificando como "fraquíssima a preparação dos professores".
Santana Castilho acrescentou ainda ser "fraquíssimo" o domínio genérico a nível do Português, "o que naturalmente cria alguma dificuldade, alguma incoerência com a decisão de ter o Português como língua de instrução".
Para o grupo de professores colocados em Timor-Leste, as críticas que lhes são dirigidas por Santana Castilho são "injustas" e "lesivas", disse à Lusa Ana Olívia Vaz falando em nome dos colegas.
Vincando que os professores colocados em Timor-Leste possuem "habilitações profissionais, científicas e pedagógicas conferidas por Escolas Superiores de Educação e Universidades Portuguesas", estes manifestaram ser incorrecto afirmar-se que os docentes "por serem jovens" - o que contestaram -, "sejam inexperientes".
A "esmagadora maioria" dos professores portugueses colocados em Timor-Leste "tem experiência de ensino no território - quatro ou mais anos", além da prática de ensino de parte deles em países africanos de língua oficial portuguesa e na Europa, afirmaram.
Santana Castilho, que veio a Timor-Leste "ajudar a definir uma política para a concepção, produção e distribuição de manuais escolares" até ao 6º ano de escolaridade, reconhece a "generosidade" dos docentes colocados em Timor-Leste e o esforço da Cooperação Portuguesa nesta matéria.
"O que se verifica, e estou a falar em termos genéricos, é que o domínio do Português é manifestamente insuficiente para transmitir seja que conceito for", acrescentou Santana Castilho na entrevista à Lusa.
O apoio à reintrodução da língua portuguesa, à capacitação institucional e ao desenvolvimento económico e social constituem as três áreas chave por que passa a cooperação bilateral, que este ano será de 32,6 milhões de dólares (27 milhões de euros).
Para garantir que o Português, língua oficial de Timor-Leste a par do Tétum, tenha a projecção que as autoridades timorenses desejam, no ano lectivo em curso foram colocados 111 professores portugueses nos 13 distritos timorenses.
A estes há que juntar mais 170 formadores timorenses.
"Percorri o país todo e visitei muitas escolas e falei com muitas pessoas e encontrei uma generosidade muito grande por parte dos professores portugueses. Vi, genericamente, uma camada de professores muito jovens, pouco experientes, que fazem e dão o seu melhor, mas que, de facto, são pessoas com pouca experiência de ensino e sobretudo não estão preparados para o ensino do Português como língua estrangeira, como é o caso aqui em Timor-Leste", frisou Santana Castilho.
"É um erro enorme não prepararem os professores", salientou, defendendo que a solução está nas dezenas de milhar de professores no desemprego em Portugal.
Para o grupo de professores que contestou as afirmações de Santana Castilho fica a disponibilidade "para um eventual debate e troca de ideias", concluindo que esse encontro, a realizar-se, "enriquecerá ambas as partes, quer no domínio pessoal quer no domínio profissional", daí resultando uma contribuição para o projecto de reintrodução da língua portuguesa em Timor-Leste e que permitirá "colmatar eventuais falhas", frisaram.

EL.

Lusa/fim

02-03-2006 8:40:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-7785159

Díli, 01 Mar (Lusa) - Os professores portugueses colocados em Timor-Leste não estão preparados para ensinarem a língua portuguesa como idioma estrangeira, como necessitam os timorenses, disse Santana Castilho, consultor do Banco Mundial, à Agência Lusa.
Antigo membro do VIII governo constitucional de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, Santana Castilho veio a Timor-Leste "ajudar a definir uma política para a concepção, produção e distribuição de manuais escolares" até ao 6º ano de escolaridade.
Mas é a estratégia seguida no apoio à reintrodução da língua portuguesa, um dos tês vectores da política de cooperação de Portugal com Timor-Leste, que merece a Santana Castilho as maiores críticas, em entrevista à Lusa.
"Existe uma fraquíssima preparação dos professores e um fraquíssimo domínio genérico a nível do Português, o que naturalmente cria alguma dificuldade, alguma incoerência com a decisão de ter o Português como língua de instrução", observou.
"O que se verifica, e estou a falar em termos genéricos, é que o domínio do Português é manifestamente insuficiente para transmitir seja que conceito for", acrescentou.
O apoio à reintrodução da língua portuguesa, à capacitação institucional e ao desenvolvimento económico e social, constituem as três áreas chave por que passa a cooperação bilateral, que este ano será de 32,6 milhões de dólares (27 milhões de euros).
Para garantir que o Português, língua oficial de Timor-Leste a par do Tétum, tenha a projecção que as autoridades timorenses desejam, no ano lectivo em curso foram colocados 111 professores portugueses nos 13 distritos timorenses.
A estes há que juntar mais 170 formadores timorenses.
A estratégia iniciada com o final da ocupação indonésia, que passou pela colocação de professores portugueses a leccionar directamente às crianças timorenses não deu resultados positivos e optou-se desde Outubro de 2003 pela formação de professores timorenses.
Santana Castilho reconhece o "grande esforço" da cooperação portuguesa em manter mais de uma centena de docentes portugueses mas considera que se continua a insistir num erro do ponto de vista estratégico.
"Percorri o país todo e visitei muitas escolas e falei com muitas pessoas e encontrei uma generosidade muito grande por parte dos professores portugueses. Vi, genericamente, uma camada de professores muito jovens, pouco experientes, que fazem e dão o seu melhor mas, que de facto, são pessoas com pouca experiência de ensino e sobretudo não estão preparados para o ensino do Português como língua estrangeira, como é o caso aqui em Timor-Leste", frisou.
Para Santana Castilho, a cooperação portuguesa deveria em primeiro lugar garantir, em Portugal, a preparação prévia daqueles docentes.
"Eu penso que para culminar tudo isto, devia-se fazer um esforço, reforçando significativamente o número de professores, mas fazendo antes, em Portugal, um trabalho prévio de preparação para os professores que vêm", defendeu.
"É um erro enorme não prepararem os professores", salientou.
"Do ponto de vista teórico, colocar os recursos a ensinar estes professores a ensinar formadores, a estratégia está correcta.
Mas depois tem-se uma centena de professores e percebe-se que não é possível ter a veleidade de fazer um ensino eficiente da língua, quando se tem 11 mil e tal alunos de Português", sustentou.
Apesar da participação dos 170 professores timorenses, Santana Castilho nota existir um rácio que, "sem mais nenhuma análise, torna impossível que este ensino seja eficiente".
A solução está nas dezenas de milhar de professores no desemprego em Portugal.
"Para mim é claro. Sou absolutamente categórico. É preciso reforçar. Em Portugal temos agora, nesta altura, cerca de 40 mil professores no desemprego. Portanto, se calhar era inteligente fazer um esforço neste sentido, em vez de estar lá a pagar subsídios de desemprego, a pessoas que estão desmotivadas, descontentes com o tipo de vida, mas com a generosidades que eu tenho a certeza absoluta que têm, que se encontrava no seio dos professores, uma politica que apontasse para a afirmação do português neste canto do mundo", vincou.
A afirmação da língua portuguesa em Timor-Leste passa também pela distribuição de manuais escolares.
"O que o Banco Mundial quer fazer, e que o que me pediu para estudar e recomendar, é produzir manuais para cada uma das disciplinas do actual currículo do ensino primário", disse.
A escolha desses manuais vai ser feita a partir de um concurso internacional.
Mas a breve prazo a solução passa pela adopção de livros já existentes no mercado.
"É impossível nos próximos dois anos fazer outra coisa que não seja adaptar livros já existentes no mercado. Mas o caminho - e a minha recomendação vai nesse sentido -, é que se constituam bolsas de autores timorenses e a evolução vai ser no sentido de se terem manuais adaptados dos já existentes e depois, nos anos subsequentes, procurar já ter livros feitos por timorenses", propôs.
Quanto à ideia de que se fala melhor o português no interior de Timor-Leste que em Díli, Santana Castilho confessou não ter tido tempo suficiente para avaliar esses dados, mas reconheceu ser "mais fácil comunicar com gente de uma geração mais idosa".
"Encontrei no interior professores com algum domínio do português, o que permite manter uma conversação, digamos, com léxico muito limitado. Mas também encontrei aqui em Díli. Para mim a questão é que durante o domínio indonésio toda esta juventude, que foi educada pelos indonésios, não tem boas razoes do ponto de vista deles para aprender português.
Isso é óbvio. Não vamos mascarar isso. Precisam de ser estimulados, acarinhados e importa fazer um investimento diferente do que foi feito", sublinhou.
"Não estou aqui a não apreciar o esforço, a generosidade e até do ponto de vista logístico - visitei as casas dos professores português, que têm mais condições do que tenho visto noutros países de língua portuguesa. Aí há um trabalho que é meritório", salientou.
"Mas não me interessa avaliar as pessoas por aquilo que elas fizeram. Pretendo avaliar as pessoas pelo que poderiam fazer. É uma análise
custo/benefício. E penso que o dinheiro que tem sido investido aqui não tem os resultados que poderia ter. A análise do custo/benefício é negativa", reforçou.
Voltando aos manuais, Santana Castilho diz que vai ser necessário produzir centenas de milhar de exemplares.
"Uma vez - passe a expressão - 'inundados` com centenas de milhar de livros, colocados esses livros nas mãos das crianças, aí a decisão é incontornável e não se pode voltar atrás, ou seja ter o Português como língua de instrução. O que me leva a defender que devia haver uma coincidência com o reforço do ensino do Português aqui", reafirmou.
Quanto à utilização em Timor-Leste, nos próximos dois anos, de manuais escolares empregues nos países africanos de língua portuguesa, Santana Castilho considera que essa medida faz todo o sentido.
"Faz todo o sentido e não pode ser de outra maneira nos dois primeiros anos. É impossível ser de outra maneira", reforçou.

EL.

Lusa/Fim

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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